Entre os dias 7 e 11 de outubro, representantes dos
Comitês PCJ e da Agência das Bacias PCJ (Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí)
realizaram uma missão internacional na França. A visita de estudos, organizada
no âmbito do Projeto InterAgências, incluiu atividades na Bacia do
Loire-Bretagne e a participação na Assembleia Geral da Rede Internacional de
Organismos de Bacias Hidrográficas (RIOB).
A delegação contou com Sergio Razera, diretor-presidente
da Agência das Bacias PCJ; Denis Herisson da Silva, secretário-executivo dos
Comitês PCJ; Alexandre Vilella, coordenador da Câmara Técnica de Monitoramento
Hidrológico (CT-MH); Paulo Tinel, coordenador-adjunto da CT-MH e presidente do
Conselho Deliberativo da Agência PCJ; e Mylena Oliveira, presidente do Comitê
PCJ Mineiro (CBH-PJ1) e 1ª vice-presidente do PCJ Federal. Razera, Silva e
Vilella participaram da visita de estudos à Bacia do Loire-Bretagne, enquanto
Tinel e Mylena se uniram ao grupo na Assembleia Geral da RIOB.
“Foram cinco dias para conhecer, na prática, algumas
ações desenvolvidas na região do Loire-Bretagne, desde estações de tratamento
de água, estações de monitoramento de qualidade, estações de alerta, entre
outras. Conhecer também a forma como eles estão se organizando, planejando e
executando ações, visando maior resiliência frente às mudanças climáticas.
Depois de 60 anos praticando a gestão descentralizada e participativa, os
franceses têm muitos resultados a nos mostrar e foi isso que fomos buscar e aprender
para fazer aqui, nas Bacias PCJ, um trabalho cada vez melhor”, destacou Razera.
O Projeto InterAgências é fruto de um acordo
internacional firmado em 2019 entre a Agência das Bacias PCJ, a Agevap
(Associação Pró-Gestão das Águas da Bacia Hidrográfica do Rio Paraíba do Sul) e
a Agência de Água Loire-Bretagne. O principal objetivo dessa cooperação é
promover o intercâmbio de experiências e aprimorar a gestão integrada de
recursos hídricos.
O Escritório Internacional da Água (OIEau), que coordena
as atividades, iniciou em agosto a terceira fase do projeto. Nesta nova etapa,
as discussões giram em torno de temas prioritários para as três agências
parceiras: o futuro da Gestão Integrada de Recursos Hídricos nas bacias, as
ferramentas práticas necessárias para enfrentar mudanças como a disponibilidade
hídrica e os riscos decorrentes da mudança climática.
Embora as regiões envolvidas enfrentem desafios
específicos, todas compartilham a necessidade de revisar e atualizar os métodos
de gestão hídrica para responder às transformações climáticas e ao uso
crescente dos recursos. A visita técnica foi organizada dentro desse contexto,
com o objetivo de abordar esses desafios sob diferentes perspectivas.
A programação da missão começou na segunda-feira (7), com
um diálogo com a Agência de Água Loire-Bretagne. Ao longo do dia, os
representantes da PCJ participaram de apresentações e mesas-redondas sobre
temas como a cobrança pelo uso da água e as estratégias para lidar com a
estiagem.
Na terça-feira (8), o grupo visitou o pântano de Palluau
e uma instalação de abastecimento de água potável na Ilha Aucard. Já na
quarta-feira (9), a delegação participou da Assembleia Geral da RIOB, em
Bordeaux, que teve como pautas principais a escassez hídrica e a adaptação às
mudanças climáticas, com destaque para a importância da governança na gestão
dos recursos ao nível de bacia.
Na quinta-feira (10), o grupo realizou uma visita de
campo à região rural de Saint Léonard de Noblat, em Haute-Vienne, onde foi
apresentado um acordo de resiliência hídrica. Para encerrar a missão, na
sexta-feira (11), a comitiva participou das celebrações dos 60 anos da Lei das
Águas na França, evento que incluiu palestras sobre o modelo de governança das
agências de água, o impacto das mudanças climáticas e as perspectivas para as
políticas de gestão hídrica.
"Foram dias de intensos debates e trocas de experiências, dedicados a entender como a região da bacia do Loire-Bretagne está lidando com gestão dos recursos hídricos, especialmente às mudanças climáticas – que é urgente em todo o mundo - e de como trazer a expertise dos franceses, seja na área de gestão e/ou tecnologia, para incorporar ao planejamento de ações dos Comitês PCJ, considerando a realidade da nossa bacia hidrográfica", concluiu Denis Herisson da Silva.
Publicado às 12h50
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