A reclassificação da região no Plano São Paulo, que passa da fase amarela para laranja a partir de segunda-feira vai levar o setor de bares e restaurantes a uma segunda onda de quebra e demissões. A previsão é da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes de Campinas e Região (Abrasel RMC).
Na Fase Laranja, onde bares estão proibidos de fazer atendimento presencial e restaurantes terão de encerrar as atividades às 20h, os estabelecimentos sofrerão forte impacto. No caso dos bares, eles são constituídos, em sua grande maioria, por micro e pequenos negócios e que representam cerca de 30% do setor.
Em relação aos restaurantes, a restrição de capacidade de atendimento e restrição de horas diárias, com limite de atendimento até às 20h, representa uma queda de 80% do faturamento. O horário noturno representa 54% do movimento no setor de alimentação fora do lar, com pico de vendas após às 20h.
Para a Abrasel RMC, muitos dos estabelecimentos deverão optar em permanecer fechados à noite, pois o movimento não compensa a abertura até 20h. No caso dos estabelecimentos que operam com sistema de delivery e take Way – retirada rápida – este tipo de negócio ajuda, mas é insuficiente para fechar as contas, uma vez que representa até 20% do faturamento mensal. Nesta semana, o movimento nos bares e restaurantes já sofreu queda de 50% com as restrições noturnas em Campinas.
Segundo o presidente da Abrasel Campinas e Região, Matheus Mason, um levantamento realizado junto aos associados da região indicou que esta fase com restrições representa prejuízo semanal de R$ 80 milhões. A cada semana de restrições aumenta os prejuízos dos bares e restaurantes, um dos mais afetados pela pandemia. Em 2020 o setor mostrou que os estabelecimentos tiveram restrição de 76% de atendimento, resultando em mais de 4,2 mil estabelecimento com atividades encerradas na região e cerca de 15 mil demissões.
O presidente da Abrasel Campinas e Região explica que o setor sabe da gravidade da crise sanitária e a maioria tem contribuído com a adoção das medidas de distanciamento, mas lembra que hoje os empresários vivem um momento ainda mais delicado em relação ao final do ano passado. A maioria que manteve as operações em funcionamento teve de recorrer a empréstimos junto às instituições, além de entrar no programa de auxílio do governo para pagamento de salário dos funcionários. “Esta ajuda não existe mais e para agravar a situação, as parcelas do empréstimo começaram a chegar no início do ano”.
Para ele, não se trata de “ser alarmista”, mas a situação está se agravando a cada dia e a região poderá ver uma nova “onda de fechamentos e demissões” em breve sem a ajuda dos governos Federal, Estadual e municipais.
COMO FICA O FUNCIONAMENTO NA FASE LARANJA
Restrição de atendimento presencial até às 20 horas em todos os estabelecimentos
RESTAURANTES
Capacidade 40% limitada
Horário reduzido (8 horas): Após as 6h e antes das 20h – Redução de 2 horas
BARES
Consumo no local – Atividade não permitida
Publicado às 12h10
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