Dados divulgados pela Associação Brasileira de Conscientização para os Perigos da Eletricidade (Abracopel) revelam que os acidentes elétricos fatais, nos últimos cinco anos, ultrapassaram as mortes por dengue no Brasil.
No período de 2015 a 2019 foram reportadas 2.906 mortes
por dengue no país, enquanto, no mesmo período, houve 3.585 acidentes fatais
envolvendo eletricidade, sendo estes originados por choques elétricos (3.135),
incêndios (231) e descargas atmosféricas (219).
Segundo o estudo, os números divulgados ainda estão muito
longe dos reais, que devem ser bem maiores, uma vez que apenas são computados
os casos oficiais, ou seja, os reportados às autoridades. "Temos a
ciência que muitas mortes por choques elétricos são tratadas como outro tipo,
por exemplo, quando a pessoa morre ao levar um choque em uma rede elétrica.
Erroneamente o caso acaba sendo considerado morte por queda e não morte por
choque elétrico", afirma a entidade.
A maioria dos acidentes ocorre por conta das gambiarras,
ou seja, instalações elétricas feitas de maneira amadora e que apresentam
produtos, como fiação, de baixa qualidade. A avaliação é do engenheiro
eletricista Fábio Amaral, diretor da Engerey Painéis Elétricos, empresa
que produz painéis de alta, média e baixa tensão para todo o Brasil.
Ele também faz um alerta para a falta de conscientização
da população sobre os riscos iminentes que a rede elétrica pode
trazer. “Mesmo em 2020, aqui no Brasil existe muito "eletricista de
interne", achando que pode dar um "jeitinho" em tudo, fazer por si mesmo, e
não se dá conta do tamanho do perigo que existe em mexer com a eletricidade”,
diz Fábio Amaral.
O especialista explica que a maioria dos acidentes
elétricos, como os choques, acontece em residências, que abrangem casas,
sítios, apartamentos e fazendas. "Por essa razão é preciso investir na
conscientização da população leiga sobre como agir em domicílio e garantir que
os eletricistas profissionais estejam cada vez mais capacitados",
complementa.
Para Amaral, uma das maneiras mais simples de começar a
resolver esse problema é a instalação de um Dispositivo Residual (DR) nos
quadros elétricos. "Esse dispositivo desarma instantaneamente os circuitos
que estão ligados a ele assim que detecta que por uma determinada fiação
está vazando um percentual de corrente elétrica diferente do habitual, como no
caso de uma criança colocando uma chave na tomada, interrompendo um possível
choque elétrico”.
Outra dica do engenheiro é nunca manusear nenhum
equipamento eletrônico descalço. Use algum tipo de calçado para evitar que seu
corpo funcione como condutor durante a descarga elétrica. Nunca encoste no
chuveiro quando este estiver ligado, nem fale ao celular quando estiver
carregando.
A água é uma inimiga da maioria dos aparelhos elétricos.
Por isso, sempre os mantenha longe de pias ou qualquer fonte de água, pois isso
pode gerar um curto-circuito. Em caso de tempestade, se afaste dos objetos
elétricos. Raios podem gerar picos de energia e os aparelhos podem funcionar
como condutores de descargas.
“Tudo passa por uma boa conscientização. Não se pode
brincar com eletricidade e os números mostram o quanto isso pode ser fatal”,
adverte o diretor da Engerey, empresa que constantemente promove ações que
objetivam a divulgação de informações que levem a uma maior percepção sobre os
perigos que a eletricidade apresenta.
Desde 2014 a empresa atualiza e disponibiliza de forma
gratuita o Be-a-bá da Elétrica, um guia de bolso para profissionais e
estudantes que mostra como fazer os dimensionamentos de forma correta em uma
instalação elétrica, seja ela residencial ou comercial. Este guia também está
disponível em forma de aplicativo e pode ser baixado gratuitamente nas lojas
Google Play e Apple Store. Ele também faz os cálculos em tempo real, sem o uso
da internet e, ainda, de forma gratuita.
Link para baixar o Be-a-Bá da
Elétrica: http://www.engerey.com.br/be-a-ba-da-eletrica/mobile
Publicado às 19h28
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