Parque já é autossuficiente em energia elétrica produzida por captação solar, utiliza gel no plantio para economizar água na irrigação, incentiva a reciclagem dos resíduos produzidos durante o evento e apoia o reuso e a utilização de materiais reciclados nos ambientes da Mostra de Paisagismo e na Exposição de Arranjos Florais.
Não por acaso, os mais de 240 mil visitantes esperados na
39ª Expoflora serão incentivados a prestar mais atenção às causas ambientais
por meio das mensagens contidas na decoração, nos materiais e nos objetos da
Exposição de arranjos florais, na Mostra de paisagismo e decoração e nas ações
realizadas pela comissão organizadora do evento, que acontece de 2 a 25 de
setembro, de sexta-feira a domingo, e nos dias 7 e 8 de setembro, das 9h às
19h, em Holambra, interior de São Paulo.
A preocupação com as medidas ecológicas já tornou o
parque da Expoflora autossustentável em energia elétrica por meio da captação
fotovoltaica. Além disso, graças a um gel que auxilia as plantas na absorção da
água, o evento reduziu pela metade o consumo relacionado à irrigação dos
jardins. Já é feita, também, a reciclagem dos resíduos. O projeto de uso
da energia solar teve início em julho de 2017. No total, 600 painéis de
captação de energia fotovoltaica foram instalados sobre o telhado do pavilhão
de entrada do evento, a maior área coberta do parque da Expoflora, com 15.000
m².
Desde então, o projeto garantiu a geração mensal de 12.000 kWh (300.000 kWh/ano), superando em muito o consumo anual do parque, de 186.960 kWh. Como comparativo, o total gerado de energia seria suficiente para abastecer 1.973 casas populares, considerando um consumo de 152 kWh por unidade. A solução mostrou-se acertada. Até hoje, cinco anos após a instalação dos painéis, já foram gerados 1.500.000 Kwh, possibilitando a economia de R$ 240 mil por ano em energia elétrica. Mais importante do que o resultado financeiro, entretanto, é o benefício para a natureza. A energia limpa produzida no parque corresponde a 36 toneladas de CO² que deixam de ser lançadas na atmosfera a cada edição da Expoflora.
Economia de água
Outra medida de caráter socioambiental é a utilização de um gel que auxilia a flor na absorção da água, possibilitando grande economia no consumo relacionado à irrigação. Nesta edição do evento, o gel é utilizado onde há possibilidade, nos canteiros do parque e no Magic Garden Holambra. O produto, em formato de grãos, após hidratado se transforma em uma espécie de gelatina. Ele é colocado na cova, por baixo da planta, no momento do cultivo, e funciona como um reservatório de água adicional para o vegetal.
“Quando as flores são molhadas, grande parte da água fica
no solo, mas tende a se evaporar com o passar das horas ou descer para uma
camada mais profunda, onde as raízes da planta não alcançam. É nesse momento
que o gel entra em ação, permitindo que as raízes das plantas absorvam a sua
água. Quando as flores são regadas, o gel absorve novamente a água do solo,
criando uma reserva hídrica para a planta”, explica o produtor Jean Filipe
Kortstee Ferreira.
O gel tem durabilidade de aproximadamente seis meses, até
se decompor no solo, tempo suficiente para que as plantas formem suas raízes
mais profundas e consigam captar, por conta própria e de maneira mais
eficiente, a água do solo.
Somente nos jardins de sunpatiens da Expoflora e do Magic
Garden Holambra, por exemplo, foram utilizados este ano cerca de 30 kg do gel,
que se transformaram em, aproximadamente, 5.000 litros de gel após a
hidratação. Essas flores necessitam de muita água e a aplicação desse gel
possibilita uma economia em torno de 50% no seu cultivo.
Móveis reciclados
O respeito à sustentabilidade também está presente na Mostra de paisagismo e jardinagem. Grande parte dos 18 ambientes criados pelos paisagistas priorizou plantas de baixa manutenção que exigem poucas regas - economizando água -, e utilizou pisos drenantes que permitem a passagem da água da chuva para o solo com eficiência de quase 100%.
Os profissionais também optaram pelo uso de tintas não agressivas ao meio ambiente, por tecidos ecológicos e por móveis e adereços construídos com material de demolição ou com madeira certificada, o que garante a sua origem não predatória. Há, ainda, materiais que seriam descartados e foram transformados e reutilizados em vasos, luminárias, aparadores e outros objetos de decoração.
Reciclagem
A sustentabilidade também é garantida com a coleta, a triagem e a reciclagem dos resíduos gerados durante o evento. Na última edição da Expoflora, em 2019, quando a exposição recebeu cerca de 328 mil visitantes, foram recicladas 17,5 toneladas: a maior parte de papelão (10,3 toneladas), seguida por embalagens pet, alumínio, polietileno de alta e de baixa densidade, polímero termoplástico, chapas de poliestireno e embalagens longa vida.
Foto - Juliana Lazarini
Publicado às 7h41
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