Depois de perder o trem da modernidade,
morrer para o público e ressuscitar com ajuda da Microsoft apenas para falecer
novamente, a Nokia finalmente voltou ao mercado, em 2020 — dessa vez com
aparelhos Android. Se você é um dos fãs saudosistas da marca e está curioso
para saber se essa volta realmente tem chances de dar certo, continue a
leitura.
Por que a
Nokia deixou tanta saudade?
Antes de tudo, é interessante explicar o
que aconteceu com a Nokia desde seus tempos de glória, nos anos 2000 — até
porque muitos leitores mais jovens talvez nem se lembrem dessa marca… Em uma
época remota, quando celulares eram apenas celulares e não smartphones, a
finlandesa Nokia era uma das marcas mais procuradas pelos usuários brasileiros.
Quem tem mais de 25 ou 30 anos provavelmente teve um desses como seu primeiro
celular.
Os aparelhos eram relativamente acessíveis
e reconhecidos por qualidades como a robustez (se um Nokia caísse no chão, era
mais fácil quebrar o piso do que o celular) e duração da bateria (nada de ter que
recarregar o celular todos os dias). Além disso, os saudosos celulares Nokia
tinham funções super úteis para os anos 2000, como lanterna (que não era o
flash da câmera, mas sim uma pequena lâmpada de verdade no topo do aparelho) e
rádio FM, além do famigerado "jogo da cobrinha".
Mesmo em aparelhos mais caros, a Nokia era
líder em inovação na época, com aparelhos como o N95 — que tinha uma das
melhores câmeras do mercado e botões dedicados para o consumo de músicas ou
vídeos. Tudo isso mudou com a chegada do iPhone, em 2007, e dos smartphones com
sistema Android, nos anos seguintes: de repente, todo mundo queria aparelhos
com touchscreen e possibilidade de baixar aplicativos.
A empresa finlandesa até tentou
"correr atrás do prejuízo", com sua linha XpressMusic — mas seu
sistema Symbian oferecia muito menos recursos que os concorrentes, fazendo com
que a marca caísse na preferência do público em queda livre, sem paraquedas. A
Nokia só entrou no mundo dos smartphones em 2012, quando lançou seus primeiros aparelhos
com Windows Phone. Mas já era tarde demais: o sistema não era páreo para a
concorrência já estabelecida, de modo que a Nokia vendeu sua divisão de
fabricação de celulares para a Microsoft e sumiu do mercado de vez, poucos anos
depois.
Como a
Nokia ressurgiu — e voltou ao Brasil?
Depois que a própria Microsoft desistiu do
mercado de dispositivos móveis — e acabou com seu sistema Windows Phone —, os
direitos sobre a marca Nokia foram vendidos. Uma nova empresa, a HMD Global,
foi criada por vários ex-funcionários da antiga Nokia para lançar mais
celulares com a marca.
A partir de 2017, alguns lançamentos
começaram a chegar em países europeus e asiáticos, com reedições de modelos
clássicos, como o 3310 "tijolão" e o 8110, do filme Matrix. Mas o que realmente trouxe a
Nokia para os tempos modernos foi a adoção do sistema Android, em modelos com
especificações técnicas semelhantes à concorrência.
Desde então, já era possível comprar
aparelhos Nokia no Brasil via importação independente, embora a empresa ainda
não estivesse oficialmente no país. Isso mudou em 2020, quando a HMD Global
anunciou uma parceria com a Multilaser. Desde o segundo trimestre deste ano é
possível adquirir um celular com a marca Nokia novamente em nosso país.
Como são
os novos celulares Nokia?
A HMD Global afirma que busca trazer para
os novos aparelhos as mesmas qualidades da Nokia de antigamente — até por ser
formada por ex-funcionários daquela empresa.
Entre esses atributos estão a robustez, boa
duração de bateria e confiabilidade — a Nokia é uma das únicas fabricantes de
celulares Android que promete três anos de atualizações, por exemplo. Também
vale destacar que a Nokia usa uma versão "pura" do sistema, sem todos
aqueles aplicativos e modificações das marcas, que só costumam deixar o celular
mais lento.
Até o início de 2021, três modelos da
"nova Nokia" já foram lançados no Brasil. Eles são produzidos em
fábricas da Multilaser e distribuídos por essa empresa, podendo ser comprados
tanto em seu site quanto em outras redes de varejo por todo o país.
O C2 é o aparelho de entrada da marca, com
a versão simplificada do Android (Go), apenas uma câmera e tela de 5,7
polegadas. Seu hardware conta com um 1 GB de RAM e 16 GB para armazenamento de
dados. Assim, ele atende apenas aos usuários menos exigentes — como segundo
aparelho ou celular para idosos —, que não precisam usar tantos aplicativos.
Embora todos os eletrônicos estejam mais
caros após a pandemia, o Nokia C2 tem preços bastante competitivos: R$ 799, no
site oficial, com valores menores em outras redes.
Nokia 2.3:
aposta no custo-benefício
O 2.3 ainda é um aparelho básico, mas com
algumas funcionalidades a mais que seu irmão menor: o sistema é o Android 10
completo, há duas câmeras traseiras e tela de 6,2 polegadas. O processador é um
MediaTek A22, com 2 GB de RAM e 32 GB de armazenamento — que pode ser expandido
para 512 GB, com cartão de memória.
Ele custa pouca coisa a mais: R$ 899 no
site oficial, com preços menores em outras lojas. Desse modo, também é indicado
para usuários menos exigentes, que queiram economizar.
Nokia 5.3:
um bom intermediário
O melhor celular entre os novos lançamentos
da Nokia no Brasil é o 5.3: ele tem sensor de digitais para desbloqueio na
traseira, um conjunto com quatro câmeras e tela de 6,5 polegadas. O processador
é o conhecido Snapdragon 665, com 4 GB de RAM e 64 GB de armazenamento, também
expansíveis com cartão de memória.
As configurações são intermediárias
— mais do que o suficiente para a maioria dos usuários comuns, mas sem
grande performance em aplicações mais pesadas. Desse modo, o Nokia 5.3 compete
com aparelhos como o Moto G9, LG K62 e Samsung Galaxy A51. Seu preço oficial é
de R$ 1.899, podendo ser encontrado por até 1.500 em outros locais.
Se você se interessou pelo Nokia 5.3, vale a pena dar uma olhada na parceria que a marca finlandesa firmou com a Claro internet. O aparelho está com descontos especiais para quem adquiri-lo em um dos planos controle ou pós-pagos da operadora. O desconto pode chegar a mil reais!
Publicado às 7h05
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