O planeta Terra já viveu momentos de tensão como o que estamos experimentando em 2020. Diferentes gerações precisaram enfrentar grandes dificuldades para não serem exterminadas, e garantir a sobrevivência de seus negócios, economia, empregos e geração de renda a milhões de família espalhadas em todo o mundo.
Por conta dessas adversidades, a cada período indeterminado de tempo a humanidade e a sociedade precisam se adaptar e criar soluções disruptivas para enfrentar crises e desafios. E com a pandemia de Coronavírus isso não foi diferente.
Para enfrentar a crise atual, muitos mercados foram obrigados a se adaptar praticamente da noite para o dia. Transformações significativas ocorreram em todas as áreas das empresas, como o setor de distribuição, que precisou agilizar os serviços de entrega e delivery aos clientes; a área financeira, que foi obrigada a rever contratos e criar alternativas para que clientes não abandonassem os serviços, mas recebessem algum tipo de auxílio para continuar comprando, entre outros setores importantes, igualmente afetados.
China e as tendências do mercado de trabalho
Cada região do mundo encontra-se num estágio diferente no enfrentamento ao Coronavírus. A China, o primeiro epicentro do surto do novo vírus no planeta, se encontra numa fase de retomada das atividades e recuperação da economia. A forma como os chineses escolheram para realizar essas tarefas talvez não seja a apropriada para todas as nações do mundo, mas é interessante observarmos algumas tendências que podem ser globais, ou de alguma forma afetar as empresas e o comércio brasileiro também.
A McKinsey elaborou um relatório que aponta quais as cinco tendências que já são observadas na China no pós-pandemia em relação à economia: Digitalização, Declínio da Exposição Global, Crescimento da Intensidade Competitiva, Nova Geração de Consumidores, Crescimento de Setores Privados e Sociais.
Essas são tendências que podem ser observadas em outros locais e outras economias, inclusive no Brasil. A digitalização foi uma das tendências mais vistas por aqui, e os números já mostram o crescimento do e-commerce no país.
A disputa que produtos chineses enfrentam no mercado é cada vez mais acirrada, e muitas empresas já pensam em trazer suas operações de volta ao país de origem, ou realocar em outras regiões do planeta.
O apelo por comprar de pequenos comércios e lojas, padarias e mercados de bairro é outra forte tendência que surgiu logo no início da pandemia entre os brasileiros. O pedido era para fortalecer o micro e pequeno empresário.
Essa postura diminui a exposição global dos grandes varejistas, apesar de muitas vezes possuírem melhores preços e condições de pagamento, e recursos para fidelização da clientela. Isso, porém, não torna a globalização um processo econômico obsoleto ou ultrapassado, ao contrário, fortalece a competição, como vemos na terceira tendência, que é a intensidade competitiva.
As principais empresas da China lideram com folga os lucros, porém é cada vez mais comum ver pequenos comércios ameaçando abalar as estruturas financeiras.
No Brasil, por exemplo, a intenção de comprar do pequeno comerciante para satisfazer as necessidades mais urgentes obriga os grandes players a inovarem em seus métodos e produtos, o que gera um crescimento na competição, inclusive entre grandes e pequenos.
A nova geração de consumidores chineses, nascida da pandemia, percebeu que itens não essenciais podem esperar alguns meses para serem adquiridos. Uma pesquisa mostrou que 42% dos jovens pretendem economizar mais como resultado da crise do Coronavírus.
Entre os consumidores brasileiros, artigos considerados não essenciais tiveram forte queda nas vendas. O medo de perder o emprego ou de ter a renda diminuída são alguns fatores que levam o consumidor a agir de forma mais equilibrada, buscando a sustentabilidade de suas finanças pessoais. Nos Estados Unidos, por exemplo, o mercado da moda sofreu forte alteração.
Durante o surto de SARS em 2003, as empresas estatais representavam a maior parte do crescimento econômico do país asiático. A atualidade aponta outro cenário, em que empresas privadas são a principal força da economia da China, retendo cerca de 90% dos novos empregos de todo o país.
Essas empresas são ainda responsáveis por colaborar com o desenvolvimento de projetos sociais, voltados especialmente a atender a população mais afetada pela crise, participando de atividades de importância nacional e unindo esforços em realizações em parcerias com o setor público.
E não é só na China que podemos observar essas ações. No Brasil e em outros países também ocorrem parcerias semelhantes, que ajudam milhares de pessoas em situação de vulnerabilidade social, e tiveram enormes perdas por causa da pandemia.
O relatório da Mckinsey constatou essas são cinco tendências na franca recuperação da economia da China, mas que podemos observar semelhanças também em diversas outras localidades do globo, inclusive no Brasil.
Ibraim Gustavo é jornalista, escritor e educador, Pós-graduado em MKT e MBA em Comunicação e Mídia
Publicado às 11h24
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