O Governador João Doria determinou nesta quarta-feira (6)
a suspensão das mudanças no ICMS para alimentos e medicamentos genéricos. A
mudança nas alíquotas do imposto em 2021 e 2022 foi proposta em meados de
agosto do ano passado, quando a pandemia do coronavírus estava em queda de
18,2% nas internações e de 17,2% nas mortes em comparação ao período de pico,
registrado em meados de julho. Contudo, atualmente os indicadores apontam para
novo aumento e uma segunda onda da doença, com crescimento de 41,3% nas internações
e de 70% nas mortes em comparação aos indicadores de outubro, mês em que as
médias diárias eram inferiores inclusive às registradas em maio, fase ainda
inicial da pandemia no país.
"Sempre afirmamos que nosso Governo está comprometido em atender aos
interesses da população de menor renda e, agora, mais vulnerável aos efeitos da
pandemia, do desemprego e, a partir de janeiro, sem a renda emergencial que
vigorou até dezembro último. A redução de benefícios do ICMS poderia causar
aumento no preço de diversos alimentos e medicamentos genéricos, principalmente
para a população de baixa renda. Decidimos, assim, suspender a vigência dos
decretos estaduais que autorizam redução de benefícios fiscais do ICMS para
insumos agropecuários para a produção de alimentos e medicamentos
genéricos", disse Doria. "Na nossa gestão, nada será feito em
prejuízo das classes menos favorecidas. A eles devemos servir e atender suas
necessidades, com serenidade e humildade", completou Doria.
Por determinação do Governador João Doria, uma força-tarefa de secretários foi
criada ontem (5) para intensificar a análise dos pedidos de setores econômicos
para revisão da redução de benefícios fiscais, assim como o diálogo com todos
os envolvidos. A força-tarefa é formada pelo Vice-Governador e Secretário de
Governo, Rodrigo Garcia, e os secretários da Fazenda e Planejamento, Henrique
Meirelles; de Projetos, Orçamento e Gestão, Mauro Ricardo; de Desenvolvimento
Econômico, Patricia Ellen; e de Agricultura e Abastecimento, Gustavo Junqueira.
Desde a proposição do pacote na Assembleia Legislativa, o Governo de São Paulo
sempre esteve aberto à negociação.
A lei 17.293/2020, aprovada em outubro pela Alesp, autorizou a redução linear
de 20% nos benefícios fiscais concedidos a setores da economia. Por decisão do
Governador João Doria, os produtos que compõem a cesta básica, além do arroz e
do feijão, já iriam manter o benefício. O mesmo já estava estabelecido para as
transações de medicamentos, equipamentos e insumos para a rede pública de saúde
e Santas Casas.
Por causa do impacto econômico da pandemia do coronavírus na arrecadação de
impostos, o ajuste fiscal foi elaborado para garantir recursos para
investimento em áreas sensíveis de atendimento à população carente, como saúde,
educação e segurança pública, e manutenção do pagamento de fornecedores, de 650
mil funcionários públicos e das aposentadorias e pensões de 550 mil inativos.
Publicado às 23h57
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