Opinião

A tecnologia, a internet e o conflito de gerações

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O conflito de gerações é fruto de diferenças de ideias e pensamentos. Mas como a tecnologia e a internet podem gerar conflito de gerações?

A tecnologia, especialmente as redes sociais, colocam pessoas frente a frente, causando, muitas vezes, um verdadeiro conflito de gerações.

Sem perceber, o conflito de gerações ocorre entre pessoas que possuem a mesma dependência de tecnologia e internet.

O que causa o conflito de gerações?

É muito comum observarmos pessoas incomodadas com a exposição de crianças e jovens na internet.

Pais, mães e avós estão entre os principais críticos da postura diante da tela das gerações Millenials e Alpha.

Porém, é engraçado observarmos que as pessoas que fazem afirmações assim também estão em hiperconectividade.

São adultos que não largam o smartphone, e publicam fotos e textos o dia inteiro, sobre seus assuntos favoritos.

No discurso, ouvimos: “na minha época brincávamos na areia, jogávamos bola ou nos divertíamos presencialmente”.

Usam a desculpa que quando eram crianças brincavam com o pé no chão; porém, agora, não fazem mais isso.

Ao contrário, passam o dia conectados nos mesmos aparelhos e recursos digitais que tanto criticam.

E fazem uso de smartphones, tablets e notebooks e das redes sociais para criticar… a tecnologia.

Os sinais de uma boa infância pretérita, cheia de diversão e alegria, não invalida a felicidade que se tem hoje.

Não podemos simplesmente julgar que crianças e adolescentes de hoje não possuem a mesma alegria.

Talvez isso seja apenas saudosismo por um tempo que não volta mais, e que queremos refletir nos mais jovens.

Os tempos mudam, as eras também, e as gerações acompanham essas mudanças, ainda bem.

Imagine se você tivesse de ter feito o mesmo trabalho de seus avós ou bisavós?

Se as mulheres fossem proibidas de estudar, e os rapazes não seguiam muito além da alfabetização?

Se o máximo contato com o mundo fosse pelas ondas de uma rádio solitária que mal funcionava na sala?

O que foi bom para uma geração, não necessariamente é bom para outra. E isso vale para todas as coisas.

Sendo assim, podemos entender que, talvez, não seja a tecnologia, a internet, nem mesmo as redes sociais que causam o conflito de gerações.

O conflito de gerações ocorre, aparentemente, seguindo o ditado: “faça o que falo, mas não faça o que eu faço”.

Mas nem tudo são flores

Obviamente, devemos levar em consideração tudo o que é prejudicial às crianças e jovens.

Brincar na areia colocava crianças em risco de se machucar ou ser picado por um bicho peçonhento, por exemplo.

Entretanto, o ambiente virtual também tem suas demandas, e deve ser frequentado com muita cautela.

Pais e demais responsáveis devem ficar sempre em alerta para não incorrer de suas crianças serem vítimas das redes.

E o mais importante é lembrar que isso não afeta apenas os mais novos. Adultos também são vítimas.

São sintomas e crises de depressão, ansiedade e outros fatores psicológicos que podem acarretar em problemas maiores.

Vícios e dificuldades de socialização também podem ser sinais importantes de que é hora de voltar à realidade.

Apesar de sabermos que a tecnologia é extremamente necessária e bem-vinda, ela deve ser usada com sabedoria.

Hiperconectividade: um problema social

Assim como tudo na vida, a parcimônia e o equilíbrio devem fazer parte da nossa rotina diária de conexão.

Temos um emprego, possuímos uma vida e fazemos parte de uma família. e isso deve ser valorizado muito além das telas.

A hiperconectividade pode nos levar a pensar que a vida se resume às telas e a curtidas nas redes sociais.

Você deve tomar cuidado para não ser mais uma vítima do excesso de tecnologia, mesmo criticando quem se expõe demais à ela.

O conflito de gerações não deveria ser a pauta das discussões, mas o conflito do homem e sua demasiada exposição à internet.

Redes sociais e tecnologia são ferramentas fundamentais e necessárias, mas nossa inteligência e sabedoria devem guiar nossos limites.

Que o conflito de gerações não nos intimide a nos ajudar mutuamente na tarefa de compreender o que de fato vale a pena na vida.

Ibraim Gustavo é jornalista, escritor e educador, Pós-graduado em MKT e MBA em Comunicação e Mídia

Publicado às 13h07

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