A Prefeitura Municipal de Amparo realiza no fim de semana dos dias 19 e 20, o 1º Festival do Orgulho Negro. O evento culmina com o Dia da Consciência Negra e traz atrações musicais e teatrais compostas majoritariamente por artistas negros. O objetivo, de acordo com a Diretoria de Direitos Humanos e Inclusão Social do município, é dar protagonismo a essa população e levar a reflexão para uma sociedade antirracista. É a primeira vez que o município realiza ações em referência a data.
Todas as atrações serão realizadas em um palco montado ao lado da concha acústica de Amparo, na Praça Pádua Salles, centro da cidade. No sábado, o evento começa às 14h, com a apresentação do grupo campineiro Maracatucá. A partir das 17h, será a vez do grupo carioca Afrojazz. O dia encerra às 20h, com o show da cantora Ellen Oléria, reconhecida como melhor cantora pelo Prêmio da Música Brasileira, por seu último disco, Afrofuturista.
No domingo, os eventos iniciam às 14h, com uma roda de conversa mediada pelo Bando Preto, coletivo de artistas pretos de Amparo, sobre saúde mental.
Às 17h, se apresentam o Bando Preto e Cia. Lázara com a pela “Carne de Língua”. A última apresentação será às 19h com a Cia Cênica, de São José do Rio Preto, com o espetáculo “Virado à Paulista”, que faz uma ode ao samba brasileiro e suas raízes negras.
Ainda haverá intérprete de libras para as atrações principais, área para pessoas com deficiência e praça de alimentação.
Todo o evento é organizado pelas Secretarias de Cultura e Turismo e de Desenvolvimento Social e Cidadania, por meio da Diretoria de Direitos Humanos e Inclusão Social.
De acordo com Matheus Fructuoso, que é diretor de Direitos Humanos e Inclusão Social de Amparo, o festival vem da necessidade da representação negra no município.
“O 1º Festival do Orgulho Negro nasce da inquietação, da necessidade de representatividade negra e da possibilidade de ocupação dos espaços públicos com atrações de qualidade para todas as comunidades, sobretudo em tempos como os que temos vivudo, com tantas notícias de discriminação, preconceitos e violências. A dívida histórica que temos com a população negra, cujas influências resultam na formação de uma sociedade brasileira heterogênea e no seio de suas identidades e de seu pertencimento, passa também por políticas públicas integradas e pelo olhar atento a todas as manifestações sociais”, frisa.
“Esperamos muito que esse evento ceda protagonismo à reflexão dessas questões, manifestado no respeito irrestrito pelas singularidades e diversidades que nos constituem como indivíduos.”
Todos os eventos são gratuitos.
Programação completa
19/11 (sábado)
14h às 15h30 - Maracatucá
O Maracatucá foi fundado em 2008 por batuqueiros de Campinas que queriam aprofundar seus conhecimentos sobre maracatu de baque virado. O grupo é formado, em sua maior parte, por estudantes e profissionais de diversas áreas, que mesclam os saberes acadêmicos com os da vivência da cultura popular. O Maracatucá é filho da nação do Maracatu Porto Rico e da nação do Maracatu Encanto do Pina. Nas suas apresentações, o Maracatucá reafirma a origem africana do batuque e entrega uma apresentação rica em dança e som.
17h às 18h - Afrojazz (show)
Influenciado por artistas como Moacir Santos e Fela Kuti, o grupo Afrojazz mescla ritmos africanos e percussão a riffs de guitarra e elementos do reggae e do hip-hop. O grupo nasceu da afirmação de que o jazz tem origens africanas, sendo uma manifestação da África nas Américas. O combate ao racismo se transforma em um ato político dentro dos shows do Afrojazz. O grupo também já foi premiado em um campeonato de jazz, na China, e percorre o Brasil com apresentações que reforçam o papel do povo negro na música.
20h às 21h30 - Ellen Oléria (show)
Ellen Oléria é uma cantora e compositora brasileira, natural de Brasília. Com mais de 16 anos na estrada da música, a artista acumula prêmios em festivais, cinco discos lançados e turnês realizadas pelo Brasil e pelo mundo. Conhecida pelo público por seu timbre cintilante e repertório brasileiríssimo, a soprano dramática Ellen Oléria condensa em sua performance o que o povo brasileiro reconhece como seu: entusiasmo e um sorriso que nunca sai do rosto iluminando cada canção que canta. Com seu último disco, Afrofuturista, foi reconhecida como melhor cantora pelo Prêmio da Música Brasileira.
20/11 (domingo)
14h às 16h - Roda de conversa - Saúde Mental: um recorte sobre raça e classe (Bando Preto)
Mediado pelo Bando Preto, coletivo de artistas pretos de Amparo, a conversa abordará a saúde mental da população negra e de que forma o racismo estrutural afeta essas populações. Psicólogas participarão do papo, que convida a população a refletir sobre preconceito racial e seus impactos.
17h às 18h - Apresentação teatral "Carne de Língua" (Bando Preto e Cia. Lázara)
“Carne de Língua” é uma contação musical, adaptação de um conto africano, que traz a reflexão sobre o poder de cura através da palavra. A peça mostra a força da oralidade, da escuta ativa, do resgate da ancestralidade e suas origens, além de dar voz às mulheres e a força do matriarcado. O espetáculo dura 40 minutos e após ele será aberta uma roda de conversa de 20 minutos.
19h às 20h - Apresentação teatral "Virado à Paulista" (Cia. Cênica)
Em Pirapora do Bom Jesus, batucadas dos mais diversos estilos deixaram os barracões e ganharam as ruas! Em homenagem aqueles que com muito ritmo, melodia e poesia compuseram a história do samba paulista, a Cia. Cênica conduz esta viagem que tem como portos as raízes africanas, os cordões carnavalescos, a institucionalização do samba, a resistência do samba de raiz e o preconceito racial. A Cia. Cênica é um grupo de repertório criado em 2007, em São José do Rio Preto/SP, e já apresentou o espetáculo em diversas cidades do Brasil.
Publicado às 7h43
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