Opinião

Recuperação do mercado de trabalho

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O ano de 2020 entrará para a história. Diversos são os motivos para que as próximas gerações estudem os fatos que aconteceram, e ainda acontecem, em todo o mundo. Entre eles, a recuperação do mercado de trabalho será um dos pontos mais importantes a serem considerados por governos, empresas e cidadãos.

Para o chefe da Organização Internacional do Trabalho (OIT), Guy Ryder, a pandemia de coronavírus lançou o mercado do trabalho em uma “crise inédita”, e impactou não apenas os sistemas de saúde, bem como todo o mercado de trabalho. Já o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, disse que ambos os problemas, saúde e economia, caminham juntos e estão interligados.

Números do Mercado de trabalho 

Se antes da pandemia já víamos as taxas de desemprego altas no Brasil, em torno de 12,8 milhões de pessoas (12,6%), e em diversos países da América Latina, nos meses seguintes à pandemia poderemos observar um crescimento inédito dos índices, afetando especialmente os mais pobres e agravando a pobreza no mundo.

A OIT estima que o mercado de trabalho ainda sofrerá um impacto de até 25 milhões de empregos que poderão desaparecer por conta da pandemia em todo o planeta, elevando o total a 200 milhões de pessoas sem emprego.

A saída para muitas pessoas foi o trabalho informal, que também foi prejudicado por conta do avanço da Covid-19 em todos os países, especialmente no Brasil, que apresentava números alarmantes antes mesmo da pandemia.

Os empregos mais afetados

Entre os profissionais que mais precisaram se ajustar e criar modelos adaptados para trabalhar durante a crise foram professores, vendedores, personal trainers, artistas e demais profissionais liberais e autônomos, que sentiram um impacto muito grande em suas atividades, principalmente na queda das receitas durante o período.

Mas os problemas do mercado de trabalho não acabam por aí, já que o ano ainda não chegou ao fim, e as expectativas é que na retomada da economia no pós-pandemia, muitos outros postos de trabalho ainda serão eliminados, e a tendência é afetar justamente aqueles trabalhadores que são menos qualificados. 

Para Daniel Duque, pesquisador do Ibre/FGV, o mercado de trabalho é ingrato com os que têm menos instrução: “as pessoas que têm menor escolaridade e menos qualificação terão mais dificuldade de se recolocar do que quem tem formação superior e especializações”.

Soluções conjuntas para o mercado de trabalho

Há muito trabalho a ser feito, e ele não pode ser realizado apenas por uma ou outra pessoa, em um ou outro canto do planeta. Para resolvermos as dificuldades impostas ao mercado de trabalho pela pandemia de Coronavírus, todos precisamos dar o protagonismo aos trabalhadores, que são os responsáveis pelo dia-a-dia da economia em escala global.

Existe toda uma vida pela frente, uma sociedade a se refazer, vidas a se recuperar nos mais amplos e diversos sentidos (financeira, emocional, profissional). Somente com ações colaborativas, entre Estados, governos, setor privado e trabalhadores é que poderemos recuperar força, e reanimar as atividades em nossos municípios, no Brasil e no mundo.

Ibraim Gustavo é jornalista, escritor e educador, Pós-graduado em MKT e MBA em Comunicação e Mídia

Publicado às 11h20

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