A ginecologista Marcella Marinho aponta que uma dieta
rica em alimentos vegetais e peixes pode melhorar a qualidade de vida da mulher
no período pré-menstrual
Um dos períodos mais complicados da saúde da mulher sem
dúvida é o da Tensão Pré-menstrual (TPM), que a cada ciclo menstrual provoca
sintomas físicos e emocionais. Por se tratar de uma desordem caracterizada por
um conjunto de alterações hormonais que provocam sintomas por até duas semanas
antes da menstruação causando desequilíbrio na mulher, muitas acabam
necessitando de tratamento médico específico para o humor e mudanças
comportamentais.
Entre os sintomas físicos, os mais frequentes são dores
de cabeça, enxaqueca, retenção de líquidos, fadiga, constipação, dor nas
articulações, dor nas costas, cólicas abdominais, palpitações cardíacas e ganho
de peso. Já os sintomas emocionais caracterizam-se por alterações de
comportamento, ansiedade, depressão, irritabilidade, ataques de pânico, tensão,
falta de concentração, diminuição do trabalho ou do desempenho social e
alteração da libido.
Segundo a ginecologista Marcella Marinho, neste interim,
nota-se que as escolhas alimentares podem afetar diretamente estes sintomas,
podendo amenizá-los ou agravá-los. “Uma alimentação saudável pode colaborar
para que este quadro seja amenizado ou mesmo, por meio de alimentos que repõem
os nutrientes necessários, eliminar os sintomas da TPM”, ressalta.
Tendo em vista as duas fases do ciclo menstrual, o
folicular e a lútea, é no período lúteo que ocorrem mais alterações, como
retenção de água, elevação de peso, aumento de demanda energética, modificações
no perfil lipídico e no metabolismo de vitamina D, cálcio, magnésio e ferro, hipersensibilidade
emocional, dores generalizadas e mudança do comportamento alimentar,
favorecendo uma maior ingestão energética e o surgimento de compulsões
alimentares, principalmente por alimentos muito calóricos como chocolate, doces
e carboidratos salgados.
Em termos preventivos, mudanças de hábitos na dieta e no
estilo de vida podem ter efeitos atenuantes significativos sobre os sintomas da
TPM, como redução no consumo de álcool, cafeína, sal, açúcar refinado e na
ingestão de carboidratos, junto ao consumo moderado de carne e laticínios.
“Adicionalmente, uma dieta rica em alimentos vegetais — folhas, frutas, legumes
e frutas secas, como nozes e amêndoas —, peixes, como atum, cavala e salmão, e
linhaça (óleo e sementes), pode aumentar as prostaglandinas
anti-inflamatórias”, indica Dra. Marcella.
Tipos de TPM
Em média, a TPM inicia-se por volta dos 26 anos de idade,
podendo iniciar na adolescência e agravar-se ao longo dos anos, desenvolvendo
ou piorando patologias como ansiedade e depressão, especialmente quando se têm
algum histórico familiar ou pessoal, como aquelas que tiveram depressão
pós-parto.
Existem quatro variações da TPM. Segundo a Dra. Marcella
Marinho, “é importante frisar que os sintomas podem manifestar-se em combinação
variável ou isoladamente”.
E inúmeras são as
pesquisas e experiências desenvolvidas por médicos, cientistas, laboratórios e
universidades voltadas à identificação, compreensão e tratamentos, tanto
preventivos como corretivos, aos distúrbios e doenças característicos do corpo
da mulher.
TPM do Tipo A: cujo sintoma principal é a ansiedade.
TPM do Tipo C: em que a cefaleia (dor de cabeça)
destaca-se entre os demais sintomas. Pode também apresentar fadiga e aumento de
apetite, principalmente desejo por doces.
TPM do Tipo H: em que prepondera a retenção hídrica.
Neste tipo, são comuns alterações físicas, como o inchaço, aumento do volume no
abdômen, dores mamárias e ganho de peso.
TPM do Tipo D (Depressão): a depressão é o principal
sintoma. Está associada à insônia, ao choro fácil, ao desânimo e ao
esquecimento. Sem os níveis adequados de estrogênio e progesterona, ocorre a
tensão nervosa, resultando em aumento da desordem nervosa, incluindo a
depressão.
Dados apontam que a TPM atinge mais de 18,5 milhões de
brasileiras de 10 a 49 anos.
Sobre Marcella Marinho
A médica Marcella Marinho é especialista em ginecologia e
obstetrícia pela Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e
Obstetrícia (FEBRASGO). É pós graduada em Laparoscopia e Histeroscopia pelo
Hospital do Servidor Estadual (IAMSPE), em Sexualidade Humana pela USP, em
Ciências da Longevidade Humana – Grupo Longevidade Saudável e pós graduanda em
Nutrologia pela Instituto Israelita de ensino e pesquisa Albert Einstein.
Realiza acompanhamento preventivo de mulheres, priorizando o atendimento
integral em todas as fases da vida, da adolescência até a menopausa. Como
obstetra, dedica-se em estar junto a gestante para acompanhar a evolução da
gestação e do trabalho de parto. Para mais informações, acesse o perfil do
Instagram @dramarcellamarinho, por e-mail dra.marcellamarinho@gmail.com ou
pelo telefone (11) 93429-0805.